domingo, 13 de dezembro de 2009

Adeus ou até logo...

 A festa já estava rolando, todo mundo sorrindo, sorrisos aparentemente despreocupados mas eu sabia oque encontrar por traz de cada sorriso, todos tão leves e simples, porem ao olhar nos rostos certos eu encontrava oque estava procurando... Eu olhei nos olhos dele, não estavam vermelhos ou lacrimejando, estavam como sempre os vi, alegres procurando o lugar certo em que deve estar, e eles encontraram meus olhos, tão secos que não acreditei, pensei que não choraria essa noite, mas eu encontrei aqueles olhos... Observei cada movimento calmo e pesaroso dos olhos dele, sei que devo olhar, e processar cada momento para que no futuro me reste pelo menos uma vaga lembrança. E nesses olhos alegres pude ver oque estive procurando durante toda a noite, a identificação. alguem que sentia o memso que eu. Não queria chorar, não mesmo! As lagrimas atrapalhavam, tiravam as cores que obscuras pela noite, tiram o brilho dos olhos dele. Queriamos sorrir, apenas sorrir pra tristeza e dizer que seja lá oque ela queira não vai conseguir.
 Tive que desviar daquele olhar, poderia mergulhar naquela escuridão de uma maneira que não retornaria á superficie tão cedo.
 Caminhei, dando "oi" pra todos que passavam por mim, me recuso a dizer tchau. Soa de maneira estranha, definitiva, exatamente o oposto do que quero.
 Entrei numa sala, a NOSSA sala, olhei as cadeiras enfileiradas, vazias, e pude ver cada um de nós sentados nos seus lugares... Pude ouvir as vozes, os gritinhos "borrracha borracha!" tudo isso que não sai da minha cabeça, pude ver aqueles olhos...
 Não consegui, mergulhei naquela escuridão!
 As lágrimas brotaram as poucos e formaram caminhos sinuosos por toda minha face. Pude sentir o toque gélido da lágrima, mergulhei mais fundo. Sentei numa cadeira. Fitei sala, mas na verdade, olhava pra dentro de mim, buscando uma maneira de me prender em algo que não fosse escuro, algo que me levasse a superficie.
 Encontrei. Encontrei, o mesmo que me levou até lá, me retirou de lá, encontrei o lindo par de olhos. Calado, porem que dizia mais que qualquer palavra.
 Passei por aquela porta, sem olhar pra sala, agora vazia, escura, não queria me lembrar dela assim.
 Passei pelo corredor, passando minhas mão pelas paredes, para gravar em mim aquela testura, parede morna, aspera e mostarda com cheiro de grama, pão de queijo e sol.
 Fui em busca daqueles olhos, precisava me despedir deles. Agora estava cara á cara com a escuridão. Mergulhei nela, porem agora de bom grado, nunca desejei tanto aquela escuridão!

Nenhum comentário:

Postar um comentário